Você é um estatista se...

Por Wilton D. Alston

Sempre gostei destas listas do tipo "você é [alguma-coisa] se..." e parece que agora é hora de fazer a minha própria lista. Alguns itens podem ter ficado de fora, mas é um bom começo.

VOCÊ É UM ESTATISTA SE:

  • Vota em todas as eleições, mas logo depois que o seu candidato vence e assume o cargo, você se pergunta sobre as qualificações dele.
  • Votou em candidatos do seu próprio partido na esperança de que eles cuidem melhor de você do que das pessoas que realmente bancaram a eleição deles.
  • Votou em candidatos de um partido diferente do seu, esperando um resultado diferente do que teria se tivesse votado dentro do seu próprio partido.
  • Acredita que algum burocrata em Brasília, que não sabe diferenciar você do Batman, realmente se importa com você.
  • Reclama pra quem quiser ouvir sobre as terríveis políticas do Outro Candidato, mas de alguma maneira acha que as políticas do Seu Candidato são melhores, apesar de ambas serem quase iguais.
  • Acha que uma pessoa que demonstra grande habilidade numa área tão específica como a oratória é qualificada para fazer decisões que afetam as vidas de milhões de pessoas -- como se o corredor mais rápido de uma tribo indígena automaticamente se qualificasse para ser o Cacique.
  • Odeia as empresas, estas gananciosas, mas acha que uma organização como um governo -- ele próprio uma forma distorcida de empresa gananciosa -- vai proteger você das empresas gananciosas.
  • Acha que é possível que um governo mude a Lei da Oferta e Procura ou consiga dar uma resposta adequada à escassez.
  • Acha que um cara num uniforme especial é objetivamente diferente de você em termos de moralidade e direitos.
  • Acha que regras escritas por membros do Estado podem ser usadas para controlar o Estado, como se consultar um pergaminho antigo e gritar "Estatuto do Desarmamento" fosse uma resposta razoável a um bandido segurando uma arma.
  • Fica enojado ao pensar em atirar em alguém, mas não fica nem um pouco incomodado em pedir para um representante sem nome e sem rosto do Estado atirar em alguém em seu nome.
  • Acha que é moralmente justificável uma empresa ser obrigada a contratar um funcionário contra a vontade mas gritaria a plenos pulmões se os papéis fossem invertidos -- e você fosse obrigado a contratar um serviço ou uma empregada doméstica contra a vontade.
  • Acha que seu vizinho (ou um cara do outro lado da cidade) deve ter negado o direito de possuir uma arma, uma vez que ele pode ser um psicopata. No entanto você admite que um outro cara, que também pode ser um psicopata, ande uniformizado e armado porque um terceiro cara (ou grupo) -- que você jamais conheceu -- o autorizou.
  • Acha que uma pessoa pode moralmente tomar decisões sobre o uso apropriado da propriedade privada de terceiros.
  • Acha que a natureza moral de roubos, assassinatos, escravidão, agressões e seqüestros mudam de acordo com o tamanho do grupo que autoriza estes atos.


CONCLUSÃO

A natureza moral de um homem não muda pela existência de uma organização ou por sua posição nesta organização. Organizações onde o único critério REAL para participação é a ganância e não há risco de resposta negativa do mercado (como burocracia governamental) irão, com o tempo, atrair somente aqueles que são ao mesmo tempo desejosos dos benefícios pagos por terceiros e motivados pela falta de resposta negativa -- em outras palavras, os perdedores. Inevitavelmente tais organizações se transformam em algo cronicamente ineficiente e opressivo. Isso acontece sempre, não importando se as pessoas são inerentemente boas ou más, uma vez que a capacidade de descarregar as responsabilidades e intervir no mercado -- qualidades intrínsecas de qualquer estado -- aumenta por conta de um monopólio no uso de coerção e violência. Se não há punição por fazer coisas estúpidas, mais coisas estúpidas serão feitas. Apesar da situação ser bem pior quando as pessoas são inerentemente más, é bom manter a velha fábula em mente. Uma vez que o governo já era uma cobra quando você o pegou, eventualmente você pode acabar mordido.


Wilt Alston mora em Rochester, NY, com sua esposa e três filhos. Quando ele não está treinando para alguma maratona ou avançando seus estudos em filosofia libertária, ele trabalha como pesquisador-chefe em segurança dos transportes, focando principalmente em segurança de metrôs e sistemas de controle de trens de carga.

Fonte: http://www.lewrockwell.com/alston/alston65.1.html
Tradução e adaptação: Alexsander da Rosa

Comentários

Anônimo disse…
Alexsander, tudo bem? A gente conversou no churrasco da casa do Cristiano, na zona sul.
Eu acabei de ver um documentário na internet que pode te interessar:

http://video.pbs.org/video/1302794657/

Se eu entendi bem, tu não concordarias com as informações que estão contidas nesse documentário.
Sinta-se a vontade para apresentar argumentos que contestem as informações contidas nesse vídeo. É sempre interessante ouvir alguém com opiniões diferentes do "mainstream".

Att.

Francisco Scherer
Anônimo disse…
O meu e-mail pessoal é eymael@yahoo.com

Att.

Francisco
Alex Rosa disse…
O problema foi o governo salvar os bancos. Investimento é uma atividade de risco: para ganhar mais você se arrisca mais. Se os bancos tivessem falido os investidores que estavam especulando teriam perdido dinheiro e uma lição teria sido aprendida. Com o bailout ficou claro que existe impunidade, isso não é Livre Mercado, é mercado protegido. Os bancos brincaram de criar dinheiro de papel e o governo os protegeu das conseqüências da mesma forma que um mau pai protege os filhos delinqüentes juvenis subornando o delegado.

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