Assunto: Aborto

Antes de mais nada, acho importante salientar que quando falo de aborto, não me refiro a casos extremos como risco à saúde da mãe, estupro ou mesmo problemas do feto - como a anencefalia. Estou sempre me referindo aos casos de mães saudáveis que, em teoria, teriam um bebê saudável.

1) RESPONSABILIDADE: A maior falácia dos "pro-choice" é a idéia de que a proibição do aborto condena a mulher a fazer algo contra a sua vontade. Falando assim, até parece que uma gravidez surge espontaneamente... mas não: ela fez sexo descuidado. Como num jogo de pôquer, ela pagou pra ver - e se deu mal. Depois quer fugir da responsabilidade, como uma criança mimada: levanta da mesa, diz "não brinco mais" e tenta pegar suas fichas de volta.

Se vamos quebrar o galho da mãe que ficou grávida por descuido, porque não quebrar o galho do taxista que perdeu seu táxi, única fonte de renda, numa mesa de carteado ou num acidente onde ele foi o culpado?

2) RESPEITO À VIDA: Não há dúvida que o embrião é um ser vivo, humano e geneticamente completo - antes mesmo da nidação. A polêmica, levantada pelos "pro-choice", é a partir de quando essa vida merece ser preservada. Por isso a insistência nos tais "critérios": somente após um evento arbitrário X o ser vivo passa a ter direito inalienável à vida - antes disso ele não passa de um pedaço de carne. Essa discussão só interessa a quem quer achar uma desculpa.

Sugiro um novo critério: para ter direito à vida é preciso, antes de mais nada, respeitá-la. Por esse critério, podemos perder alguns defensores do aborto... :-)

3) LEGISLAÇÃO: na verdade a Lei não importa. O aborto é proibido e mesmo assim muita gente faz. Essa proibição esbarra na lei de mercado, da oferta e da procura, que não pode ser revogada: Há quem queira abortar, há quem queira oferecer o serviço - e cobrar por isso. Não tem como impedir.

Está bom do jeito que está: quem quer, consegue. Quem está preocupado com as mães pobres que crie uma ONG pra pagar pelos abortos clandestinos.

Comentários

Pédia Online disse…
Muito bom seu texto, realmente Parabéns.
Acho esse assunto, um tanto quanto delicado, pois considero um ato de crueldade, pois o ser vivo que esta para nascer, não tem culpa disso, o erro foi da mãe que praticou sexo, sem se cuidar, juntamente com o pai.
1 - Responsabilizar a mãe é lindo, mas minha preocupação é com a criança que vai nascer em um lar sem amor ou ainda pior, mandada para um orfanato onde crescerá sabendo a vida toda que foi um acidente.
Acredito que a maior irresponsabilidade de uma mãe é trazer a vida uma criança que não terá condições de criar.

2 - E desculpe discordar, mas acho que antes do nascimento, o embrião sequer é um pedaço de carne, ele é menos que isso, ele é tão vivo quanto o dedão do meu pé, o qual eu tenho o inalienavel direito de arrancar fora o momento que eu achar necessário.
E mesmo que ele estivesse vivo, eu tenho tanto direito de sustentar um bebê quanto eu tenho de sustentar um jogador de pôker.
Moralmente é mais complicado que isso, mas se estamos falando de direitos inalienaveis, então um bebê não pode escravizar sua mãe forçando-a a carrega-lo em seu útero.

3 - Não é dever do Estado proibir uma mulher de fazer qualquer coisa que seja com o próprio corpo.

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